Digitalização trará humanos melhores?

por Equipe Alstra

Sob influência tanto da ficção científica nos cinemas como das previsões pessimistas de que empregos serão exterminados, é fácil acreditar na “natureza” má das máquinas. No entanto, profissionais que convivem diariamente com a evolução do mercado de trabalho têm uma visão muito mais otimista da automação.

É o caso de Manuel Marinho, sócio da PwC, uma das empresas clientes da Alstra. “Acho que a gente vai melhorar como ser humano quando essa digitalização toda substituir essa quantidade gigantesca de negócio repetitivo e manual que a gente faz e que não agrega valor nenhum”, diz o executivo.

Humanização do trabalho

Para Marinho, quando as máquinas fizerem todo o trabalho que dispensa o humano, os profissionais poderão ocupar seu tempo com o que realmente importa. “Eu já faço robôs há um bocado de tempo com minhas equipes e não tenho caso de empresas que implementaram os robôs e tiveram demissões em massa. Ao contrário, o que eu vi acontecer é uma humanização gigantesca do regime de trabalho. São eliminadas as horas extras, os profissionais passam a cumprir 100% do seu job description, conseguem dedicar menos tempo a coisas massivas, como movimentar dados, e colocar mais tempo e energia na parte analítica. Eles subiram a régua”, conta.

Interesse em aprender

De acordo com o executivo, quando essas tecnologias de automação são implementadas passa até a existir uma vontade maior dos profissionais em se especializar e se capacitar. “Há mais interesse de seguir avançando. Tenho caso em que profissionais dos meus clientes estão perguntando sobre cursos de data science”, afirma. “A digitalização do trabalho, a meu ver, vai subir a qualidade do que a gente está entregando. De um lado, vai nos permitir trabalhar menos horas _daqui 10 ou 15 anos vamos trabalhar 7 horas por semanas, remotamente. Por outro lado, o ser humano vai se atrair mais por profissões e atividades ligadas ao próprio ser humano. Vai ter mais gente falando sobre filosofia, antropologia, sociologia…”, prevê.

Profissões de destaque

Seguindo a linha de raciocínio de Marinho, os profissionais que terão mais relevância serão os que lidam diretamente com o lado humano. “As máquinas vão fazer o que, de uma forma refletida e cuidadosa, se a gente pudesse escolher, como ser humano, a gente não faria. Então deixe que elas façam, que a tecnologia evolua neste ponto, assim a gente se dedica mais ao ser humano. Vamos ter mais médico, mais filósofos, mais políticos de melhor qualidade, mais gente fiscalizando atividades irregulares, mais pessoas ligadas nas informações de coisas estranhas”, destaca.

Parceria

A PwC começou a usar a ferramenta da Alstra para encontrar profissionais adequados para seus projetos pontuais neste ano. “Às vezes, você precisa usar algum recurso especialista em uma área de conhecimento ou de desenvolvimento e nem sempre tem esse recurso no quadro da empresa, no dia a dia. Até porque não é compensador você contratar alguém para um projeto se o próximo trabalho só vai acontecer dali um tempo que você não consegue prever”, explica.

Marinho destaca que com a ferramenta da Alstra é possível manter contato com os profissionais ideais para sua demanda. “A Alstra mantém uma biblioteca de talentos que permite que a gente flag os que se mostraram com mais qualidade, com mais aderência à nosso metodologia de trabalho… Não precisa contar com a sorte. Eu tenho como manter aquele profissional no meu radar para outros projetos futuros”, conta.

Futuro do trabalho

Para Marinho, esse modelo de contratação de profissional freelancer (a quem ele prefere chamar de talentos que administram sua própria alocação profissional) para projetos pontuais será cada vez mais comum. “Provavelmente esse modelo de contratação empregatícia como conhecemos nunca acabará, ao menos não num futuro das nossas gerações, mas vai aumentar muito a quantidade de pessoas que querem gerenciar o seu próprio talento e sua disponibilidade. É só ver o que acontece no Rapi, no iFood, no Uber…
Essas empresas convocam pessoas que se associam aos aplicativos para exercer uma atividade remunerada e que não estão muito preocupados com o tipo de vínculo que esse trabalhos têm. Cada vez mais gente está aderindo a formato de projetos”, afirma.

Vantagens do modelo

Esse modelo funciona muito bem em harmonia com a força de trabalho fixa de uma empresa. “Se eu tenho projetos muito continuados, com grandes volumes, é importante que eu tenha em meu quadro o profissional formando carreira, evoluindo… Essa inteligência que fica retida no capital humano é importante para a evolução metodológica de certas linhas de serviços. Mas eu não consigo atender todos os projetos com esse tipo de recurso. Eu preciso também de recursos para projetos especiais, para momentos de pico de trabalho muito intenso ou para alguma demanda com especialização mais pontual”, fala.


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