Como as fintechs estão mudando o ambiente de trabalho do mercado financeiro

por Equipe Alstra

A tecnologia tem causado grandes mudanças no mercado financeiro. Consumidores estão cada vez mais acostumados com a facilidade dos serviços online. Segundo levantamento da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), foram 65,4 bilhões de transações bancárias sem 2016, sendo mais da metade delas online (27% no mobile banking e 24% no internetbanking). Em 2014, esse índice era de 47%. O auto atendimento foi responsável por 16% das transações em 2016, cinco pontos percentuais a menos que em 2014 (fonte: Inovação e Competição: Novos Caminhos para Redução dos Spreads Bancários?).

Mas as novidades não acontecem apenas para os consumidores. A chegada das fintechses tá revolucionando o mercado financeiro também internamente, causando alterações no ambiente de trabalho. Essas startups do setor financeiro estão crescendo expressivamente. No primeiro semestre de 2018, houve um crescimento de 23% no número das fintechs estartups de eficiência financeira no Brasil, passando de 369, no fim de 2017, para 453(fonte: Novo Radar FintechLab mapeia mais de 400 iniciativas).

A Deloitte, em parceria com o Fórum Econômico Mundial, divulgou, em agosto de 2017, orelatório “Além da fintech: Oito forças que mudam o cenário competitivo”, com lições que asgrandes instituições financeiras podem aprender com as fintechs. A lista inclui comoditização de custos, redistribuição do lucro, propriedade da experiência, ascensão das plataformas, monetização de dados, empresas de tecnologias sistemicamente importantes, regionalização financeira, além da força de trabalho biônica, “ensinando” as empresas que é necessário equilibrar o trabalho de pessoas e máquinas, e fazê-las trabalhar em harmonia: inteligência artificial facilitando processos e humanos focados em inovação, engajamento e inteligência emocional (fonte: Além da fintech: Oito forças que mudam o cenáriocompetitivo).

A chegada das fintechs também causou alterações na contratação e retenção dos talentos nos bancos. De acordo com a gestora de RH Tatiana Loesch, que tem 20 anos de experiência em grandes bancos, essas empresas já perceberam que precisam mudar sua forma de gestão do negócio e de pessoas e estão implantando modelos que favoreçam a inovação e que tenham a velocidade de transformação digital.

Uma das mudanças que já está em curso é a adoção do modelo de trabalho em comunidades, com a criação das squads (esquadras, em inglês), times multifuncionais quesão formados sob demanda e dão muito mais agilidade ao processo. “Antigamente era necessário terminar um projeto todo para testá-lo. Hoje se faz e se testa ao mesmo tempo, gerando mais agilidade e alinhamento estratégico. Esse novo modelo de trabalho coloca competências como influência, flexibilidade, abertura ao erro e risco como sendo fundamentais à sobrevivência do profissional” diz Tatiana.

Segundo a gestora de RH, o incentivo financeiro não é o maior interesse do colaborador. “Oque consegue reter esse profissional é ele perceber essas mudanças nas práticas de gestão e RH, assim como na nova organização de trabalho que provê essa autonomia efavorece a contribuição efetiva de cada colaborador em uma entrega. Para reter esses profissionais precisamos que eles sintam que estão em um ambiente digital, de inovação, abertura e autonomia” conta.

Na forma da contratação também houve influência das fintechs. Para encontrar os novos talentos, muitos grandes bancos estão usando inteligência artificial a fim de achar candidatos com perfis que se adequem às necessidades a partir de “personas”; construídas com base nas variáveis de sucesso. “Outro ponto de inspiração nas fintechs é que muitos alteraram radicalmente a forma de exigir seu dress-code, deixando os colaboradores à vontade para se vestir do jeito que considerem mais conveniente à atividade que desempenham”, afirma Tatiana. Muitas empresas do setor financeiro também já permitem home-office e trabalham na humanização da infra-estrutura, com ambientes que favoreçam a abertura e a colaboração, e na ampliação das políticas de apoio à diversidade, por exemplo.

As fintechs, assim como as startups de todas as áreas, estão fazendo as grandes empresas se atualizarem. Para aproveitar essa nova realidade, os profissionais também precisam estar atentos à demanda do mercado para poder crescer junto com as empresas.

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