Ghosting de candidatos: o que é, quais os motivos e consequências dessa prática no meio profissional

Diversas pesquisas confirmam o que os recrutadores e empresas já vem sentindo na pele: o "ghosting" de candidatos segue crescendo no mercado e aumentando os custos e prazos de recrutamento.

por Alexei Martchenko

O conceito de ghosting vem da palavra ghost (fantasma). Muito utilizado para falar de relações pessoais e amorosas, que nos últimos anos foi adotado por profissionais de recursos humanos para definir candidatos que, sem nenhum tipo de explicação, somem durante ou após o processo de seleção.

De acordo com pesquisa realizada pelo Indeed em 2020, com 500 candidatos e 500 empresas de diversos ramos dos EUA, o ghosting de candidatos passou de 19%, em 2019, para 28% em 2020 entre os candidatos a vagas de emprego.

Outro estudo, da Robert Half, realizado com mais de 800 gerentes seniors no Canadá, mostrou que de quatro em cada 10 entrevistados (43%) disseram que é mais comum que os candidatos cortem a comunicação agora do que há dois anos.

Algumas empresas dizem que os candidatos estão “cortando relações” durante os processos de seleção, porém, também existe uma parcela que é aprovada no processo mas não aparece no primeiro dia de trabalho. 

Em que momento o ghosting acontece?

A empresa considera que foi ghosted sempre que o candidato desiste do processo após ter confirmado interesse na posição. Uma quantidade significativa de profissionais chega a assinar o contrato e simplesmente não aparece para trabalhar. 

Segundo pesquisa realizada pelo Indeed em 2019,  esses são os momentos em que o ghost ocorreu:

quando candidatos ghost?

Quais são os motivos para o ghosting de candidatos?

O ghosting de candidatos durante o processo de seleção pode se tornar um grande problema para a empresa. Mas por que os candidatos estão tomando essa decisão? 

São diversos os motivos, desde o grande número de vagas abertas no mercado, o que faz com que os candidatos tenham mais opções disponíveis até que escolham uma outra oferta, a insatisfação com o salário e benefícios, e a decisão de que a vaga não é mais o trabalho certo .

Também existem motivos relacionados ao processo de seleção em si. Processos de seleção cansativos, falta de comunicação, comunicação unilateral (onde o candidato não consegue entrar em contato com a empresa) e falta de feedback sobre todo o processo também são fatores decisivos

De acordo com pesquisa do CareerBuilder, a causa mais comum de frustração dos trabalhadores ao procurarem um emprego é a falta de comunicação – demorou muito para receber notícias da empresa ou suas comunicações sobre os próximos passos, por exemplo.

Outra pesquisa, realizada pelo Robert Half, revelou as principais razões para o ghosting da seguinte forma:

  • O processo de entrevista foi ruim (33%);
  •  Receberam outra oferta de emprego (29%);
  • O trabalho não era o que eles esperavam (23%);
  •  Foi implementada uma política obrigatória de regresso ao escritório (16%).

Consequências do ghosting para os profissionais

Os processos seletivos demandam esforços de profissionais de recrutamento e gerentes executivos além de custos operacionais como plataformas, ferramentas e consultorias. 

Ou seja, quando um candidato some durante um processo a empresa arca com custos diretos e indiretos.

Segundo Bruno Mota, Head de Recrutamento da Alstra

“Se um candidato simplesmente desaparece durante o processo seletivo sem dar notícias, sabemos que ficaríamos com receio de considerá-lo para oportunidades futuras, por melhor que o profissional seja na sua área de atuação.

 

Imprevistos acontecem e sabemos que podem surgir outras oportunidades mais interessantes para o candidato, mas é importante que o profissional comunique ao recrutador as mudanças no plano o quanto antes para que o mesmo possa avançar com o processo ou mesmo sugerir alguma negociação, se for o caso.” – afirma Bruno.

O que empresas podem fazer para tentar evitar o ghosting?

O ghosting de candidatos é uma prática que vem aumentando muito nos últimos 2 anos, atrasando e aumentando o custo de diversos processos de seleção ao redor do mundo. Mas o que a sua empresa pode fazer para que esse cenário seja evitado? 

Confira algumas dicas com ações que fazemos aqui na Alstra

  • A interação com o candidato começa pela divulgação da vaga. Seja claro nos pré-requisitos da função e sobre o perfil do profissional que você está procurando;
  • O contato com o candidato deve começar assim que ele se inscrever na vaga. Crie um e-mail automático, por exemplo, com a confirmação da candidatura e procure agendar a primeira triagem em até 48h. Aproveite para agradecer e informar sobre os próximos passos; 
  • Mantenha o candidato informado durante todo o processo. Informe sobre as entrevistas e todas as etapas que ele irá passar e, se possível, os seus prazos. Você pode fazer isso por e-mail, telefone ou por mensagem. O importante é deixá-lo informado sobre todas as etapas;
  • Certifique-se que o candidato possui todas as informações que necessita para a tomada de decisão, seja transparente em relação à remuneração, benefícios, ambiente de trabalho e possibilidades de crescimento na empresa;
  • Dê feedbacks transparentes aos candidatos sobre o seu processo seletivo. Assim, ele se sente seguro durante o processo ou entende o que pode melhorar para as próximas etapas. 

Gostou do artigo ou tem alguma sugestão? Então deixe um comentário para a gente! 

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